quinta-feira, 22 de maio de 2008

ECONOMIA COLONIAL

O sistema colonial tradicional surge como conseqüência da expansão marítima, inserido no mercantilismo, teoria econômica do capitalismo comercial, com a finalidade de eliminar a concorrência e obter vantagem no relacionamento com as zonas periféricas (colônia e feitoria).

O funcionamento do sistema passa por três zonas distintas:

metrópole - centro administrativo;
colônia - região destinada ao processo produtivo e
feitoria - região destinada a circulação de mercadoria. Estas se relacionam através do comércio triangular.

UTILIZAÇÃO DO TRABALHO COMPULSÓRIO AFRICANO NA AMÉRICA: O trabalho escravo negro surge como fator de acumulação de capital da metrópole e descapitalização da zona periférica na medida que o tráfico de escravos efetuado pelos lusitanos serve como uma lucrativa fonte de riqueza e retira o lucro acumulado da colônia, evitando com isso uma futura possibilidade de autonomia financeira desta região. A utilização da mão-de-obra autóctone (nativa) significaria a obtenção de uma mão-de-obra ba-rata para o colono, determinando a acumulação perigosa na colônia aos interesses mercantilistas. Outros fatores da preferência do trabalho escravo negro, são: o pouco contigente populacional de Portugal para ser deslocado para à América e a estrutura cultural indígena que definia a divisão sexual do trabalho, determinado pelo trabalho produtivo feminino.

DIFERENÇA ENTRE COLÔNIA DE EXPLORAÇÃO E COLÔNIA DE POVOAMENTO: A primeira colônia se encaixava perfeitamente no projeto mercantilista de acumulação de capital, pois localizada em áreas de interesse comercial, em virtude de apresentar aspectos climáticos e pedológicos diferenciados, acaba destinada a produção agrícola tropical de alta rentabilidade, ou preferencialmente na exploração de metais preciosos.

Na colônia de povoamento as semelhança climáticas e pedológicas, traziam o desinteresse comercial, se tornando apenas local destinado para refúgio de pessoas marginalizadas pelo sistema. Esta colonização espontânea adicionada da presença moura na Península Ibérica, além do livre arbítrio da religião católica, favoreceram o processo da miscigenação na colônia de exploração.

Na colônia de povoamento a colonização obrigatória determinou a formação familiar, adicionada por uma rígida moral puritana (protestante), além de um preconceito direto contra pessoas não brancas, decorrente da falta de convívio com outros povos na Europa.

CARACTERÍSTICAS DA COLÔNIA DE EXPLORAÇÃO: Mão-de-obra escrava; latifúndio, monocultura e sistema econômico extrovertido.

CARACTERÍSTICAS DA COLÔNIA DE POVOAMENTO: Mão-de-obra livre predominante (Presença de servo temporário - indentured servant e escravos no sul dos EUA); minifúndio, policultura e sistema econômico introvertido.

DIFERENÇA NO SENTIDO DA COLONIZAÇÃO ENTRE AMÉRICA ESPANHOLA E PORTUGUESA: Na América Espanhola a descoberta do ouro determinou um sentido interiorano de colonização, pois a lucratividade do negócio compensava o custo adverso da montagem e a dificuldade do escoamento da produção. Na América Portuguesa o sentido litorâneo prevaleceu no primeiro momento da colonização devido a não descoberta do ouro, determinando o local de fácil escoamento da produção. O padre Antonil dizia que os portugueses pareciam caranguejos arranhando o litoral.

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